Eu
finalmente assisti Animais Fantásticos e
Onde Habitam e, claro, não poderia deixar de comentar a experiência com
vocês. Mas, não se preocupem, este texto não terá spoilers. Primeiro, porque eu
acho um absurdo estragar a experiência de quem ainda não viu. Segundo, porque
eu não pretendo fazer aqui uma análise do filme em si, quero simplesmente falar
sobre como foi a sensação de retornar ao universo mágico criado por J. K.
Rowling.
Quando
eu assisti Harry Potter e as Relíquias da
Morte – Parte 2 há mais de cinco anos atrás, pensei estar vivendo ali o fim
de uma era. Acreditei que nunca mais viveria a experiência incrível que era
assistir aos filmes do bruxinho no cinema, junto com vários outros potterheads,
vibrando do momento em que o logo da Warner aparecia na tela até os créditos
finais.
Assim,
quando soube que a Warner iria filmar Animais
Fantásticos e Onde Habitam e que o roteiro seria escrito pela própria J. K.
Rowling, não poderia ter ficado mais feliz. Depois que passou a euforia, veio um
certo receio de que o filme tivesse sido planejado com objetivos puramente
comerciais e que a trama deixaria muito a desejar em relação a franquia
original. No entanto, quando os trailers começaram a ser divulgados e a data de
estreia foi se aproximando, meus receios ficaram em segundo plano comparados
com a expectativa de retornar àquele universo mágico.
Pois
bem, eu fui ao cinema (infelizmente não na estreia) com a expectativa muito
alta, esperando algo realmente digno de Harry Potter. O que posso dizer, é que
o filme não só atendeu a tudo que eu esperava, mas superou com folga. Foi um
retorno muito especial, capaz de agradar aos fãs antigos e conquistar toda uma
nova geração.
Quando
o símbolo da Warner apareceu e a música começou, foi impossível não ficar com
os olhos marejados ao constatar a saudade que eu sentia de viver momentos assim
no cinema. No entanto, não tive muito tempo para ficar emocionada, pois o filme
começa em um ritmo muito intenso e eu fui rapidamente envolvida pela história.
Aliás, algo diferente desta experiência é que eu estava acostumada a assistir aos
filmes de Harry Potter já sabendo o que iria acontecer, uma vez que havia lido
os livros antes. No entanto, desta vez, a história é completamente nova, então,
fui constantemente surpreendida pelo filme.
Outro
aspecto que gostei é que, apesar de ter um tom muito mais adulto e sombrio, Animais Fantásticos ainda reserva tempo
para a magia e o ar lúdico que tanto me encantaram no universo de Harry Potter.
A inocência de Newt e o olhar encantado do não-maj (trouxa) Jacob representam
muito a reação do espectador ao ver os feitiços, as criaturas mágicas e as
construções impressionantes. Além disso, é impossível não sorrir ao reconhecer
elementos que já conhecíamos dos livros e dos filmes de Harry Potter, uma forma
de ligar as duas franquias e ainda agradar aos fãs.
Mas,
de tudo, o mais especial para mim foi ver claramente a participação de J. K.
Rowling. Quando assisti ao filme, já sabia que ela era a responsável pelo
roteiro. Ainda assim, foi maravilhoso ver como a escrita dela está presente no
desenrolar da história, na construção daquele novo universo e dos personagens,
e, principalmente nos diálogos. Foi tudo tão claramente escrito por ela que a
sensação que tive ao assistir foi a mesma que tinha ao ler os livros de Harry Potter. Confesso que, no final, chorei
em uma determinada cena, não pelo que estava acontecendo, mas por constatar que
eu estava realmente assistindo ao retorno da magia criada por J. K. Rowling.
Com
relação ao filme em si, achei o elenco inteiro maravilhoso, sem exceções. Todos
se saíram bem em seus papeis e fizeram com que eu me importasse com o destino
de seus personagens. A trama foi bem construída e, apesar de perder um pouco o
ritmo em alguns momentos, se recupera e traz um final impactante. Visualmente o
filme é lindo e os efeitos são eficientes tanto para provocar o deslumbramento
do espectador com o universo apresentado, quanto para criar um clima mais sombrio
nos momentos de tensão.
Só
me resta dizer, então, que Animais
Fantásticos e Onde Habitam é não só o retorno grandioso que esse universo
mágico merecia, mas também o começo perfeito para uma nova franquia. Ao mesmo
tempo que me emocionei por ver elementos que já conhecia, fiquei muito
empolgada por conhecer novos personagens e ver uma nova história sendo contada.
A magia está de volta, e o retorno foi em grande estilo.