Autora:
Kiera Cass
Editora:
Seguinte
Páginas: 310
Depois de muita espera, finalmente, li A
Coroa, o tão comentado último volume da série A Seleção, da Kiera Cass. Como já comentei aqui, me
encantei com essa série desde que li o primeiro livro e estava muito ansiosa
para saber como ela terminaria. Como a
história começa exatamente a partir do final de A herdeira, recomendo que quem
ainda não leu os quatro primeiros volumes da série não continue lendo esta
resenha, pois ela contém informações importantes da trama.
Em A Coroa, a princesa Eadlyn assumiu
como regente após o seu irmão fugir para a França para se casar, e sua mãe, a
rainha América, sofreu um ataque do coração. Para que o rei Maxon possa ficar
ao lado da esposa, Eadlyn assume todas as responsabilidades relacionadas ao
governo. Ciente da rejeição que sofre por parte do povo, ela precisa conciliar
as novas tarefas com a seleção para escolher seu futuro marido, o que ela
acredita ser fundamental para melhorar sua popularidade.
“Um silêncio perturbador se
abatia sobre o palácio [...]. Nada te deixa mais consciente da presença de uma
pessoa do que a sua ausência.”
Ao ver seu mundo desmoronar, Eadlyn
amadurece muito, se tornando uma personagem muito mais forte e complexa. Os
seus medos e as suas inseguranças são muito mais concretos e justificáveis.
Sempre entendi o comportamento de Eadlyn, desde A Herdeira. Sei que muitos não
gostavam da personagem por considera-la mimada e arrogantes, mas, para mim, se
tratava apenas da postura defensiva de uma menina que sentia o peso de uma
grande responsabilidade e que não se permitia falhar. De qualquer forma, em A
Coroa, Eadlyn se vê forçada a mudar de atitude, se tornando muito mais humana
ao expor seus medos, o que facilita a empatia do leitor por ela.
A trama se desenvolve muito rapidamente,
acompanhando como a princesa Eadlyn está lidando com as consequências dos
eventos do livro anterior. Além disso, em A coroa, entendemos melhor a situação
política de Illéa após a dissolução das castas e o motivo das pessoas
continuarem insatisfeitas com a monarquia.
“Era responsável por eles.
Mas como poderia ser? Como uma pessoa poderia garantir que toda e cada alma
recebesse todas as oportunidades possíveis, tudo de que necessitasse?”
A relação de Eadlyn com os participantes
que permaneceram na solução é desenvolvida de uma maneira muito bonitinha. Aos
poucos, vamos percebendo o lugar que cada um ocupa no coração dela e como eles
se tornaram importantes para ela. Vi que muitas pessoas criticaram a escolha que
a princesa faz no final, mas eu achei que o casal combina muito e a decisão de
Eadlyn é totalmente justificável. Ao longo livro, a relação de Eadlyn com seu
escolhido é construída de uma maneira espontânea e natural.
Faço apenas uma ressalva com relação a
este livro: achei o desfecho um pouco apressado. Gostaria que os acontecimentos
tivessem sido descritos com mais calma ou que o epílogo oferecesse detalhes de
como ficaram os personagens.
De qualquer modo, acredito que foi um
bom desfecho para a série. A leitura é leve e flui muito rápido. Além disso,
para aqueles que não gostavam da princesa Eadlyn, é uma boa oportunidade para
dar uma segunda chance a ela. Recomento muito a série toda, incluindo este
quinto volume, que é tão encantador quanto seus antecessores.