Título: Harry Potter e a Pedra Filosofal
Autora: J.K. Rowling
Editora: Rocco
Páginas: 263
Este é um ano muito especial para os fãs de Harry
Potter. Não só será lançado em novembro o filme Animais Fantásticos e Onde
Habitam, adaptação do livro homônimo, como em julho estreará em Londres a peça
Harry Potter and the cursed Child, cujo roteiro será publicado como o tão aguardado oitavo
livro da série. Pensando nisso, resolvi entrar no clima deste universo mágico
criado por J. K. Rowling e fazer um especial sobre Harry Potter. Assim, todo mês
publicarei uma resenha sobre um dos livros da série.
Para começar, vou falar de Harry Potter e a Pedra
Filosofal. Publicado na Inglaterra em 1997, o primeiro livro da série conquistou
o mundo com a história do menino que descobriu no seu aniversário de 11 anos
que era, na verdade, um bruxo.
Para quem não conhece a trama, Harry foi deixado
ainda bebê na casa de seus tios, os Dursley, após a morte de seus pais. Quase
dez anos depois, Harry começa a receber cartas que o tio o impede de ler. Até
que, no dia do seu aniversário, o gigante Rubeo Hagrid consegue fazer com que o menino
receba a carta. Nela, está escrito que Harry possui uma vaga na Escola de Magia
e Bruxaria de Hogwarts. A partir daí, Harry descobre a verdade sobre seu passado.
Reler esse livro foi uma experiência maravilhosa e
interessante. A série Harry Potter marcou minha infância e adolescência, mas
ler agora, com um olhar mais crítico, me permitiu prestar mais atenção nos
detalhes e perceber aspectos que não tinha notado antes.
O que mais me chamou a atenção foi ver o modo como, já nesse primeiro livro, J.K. Rowling deixou uma base sólida para o que a série se
tornaria. Ela foi apresentando aquele mundo mágico aos poucos, trazendo novas
descobertas a cada página. O leitor vai mergulhando naquele universo junto com
Harry. Contribui para isso o fato da história ter como foco a perspectiva do Harry, apesar de ser narrada em terceira pessoa, o que
transmite para o leitor todo o fascínio do menino com as novidades do mundo
apresentado.
Aliás, impressiona a riqueza de detalhes da obra criada
por J. K. Apesar de Harry Potter e a Pedra Filosofal ser o livro mais simples
da série, já é possível perceber nele como o universo que ela criou é
fantástico. A autora descreveu em detalhes todo o funcionamento daquele mundo,
incluindo moedas, esportes, animais e feitiços, fazendo com que o leitor
se sentisse realmente parte dele.
Por outro lado, ao reler o livro também percebi alguns problemas.
Apesar de funcionar muito bem na apresentação daquele universo
mágico, não gostei do ritmo que a história foi desenvolvida em algumas partes. Senti que momentos importantes
foram resolvidos muito rapidamente, sendo que poderiam ter sido mais
desenvolvidos e aprofundados. Em especial, destaco o momento em que Harry
descobre ser um bruxo e a parte do clímax, pois em ambas ficou a sensação de um
desfecho um pouco abrupto, que não causou um grande impacto no leitor.
No entanto, é importante levar em consideração o fato
de que este foi apenas o primeiro livro e que a autora foi desenvolvendo e
aprimorando sua escrita ao longo da série. Além disso, a trama dele é mais
simples e com um tom bem infantil. Isto ocorre porque a história acompanha a
perspectiva de Harry, que neste livro é ainda uma criança. Assim, à medida que
ele vai crescendo, seus desafios se tornam maiores e a história fica mais complexa.
De modo geral, pude entender melhor o motivo por
esse livro ter me cativado tanto. Me lembro de ter ouvido
algumas pessoas dizendo que Harry Potter seria só uma febre passageira de uma
geração de adolescentes e que não duraria mais do que uns cinco anos. No entanto, isso não
aconteceu. Ainda hoje, dezenove anos depois da publicação do primeiro livro e
nove do último, a paixão por essa série não diminui. Ao contrário, Harry Potter
continua influenciando novas gerações de leitores pelo munto todo. Isso se deve ao talento e à
criatividade de J. K. Rowling, que criou um universo rico e envolvente, escrito
de uma maneira que permitiu ao leitor se sentir como se fizesse parte dele, como se estivesse
vivendo todas aquelas aventuras junto com Harry, Ron e Hermione. E esse fascínio não
deve acabar tão cedo.