Original: The book
thief
Direção: Brian
Percival
Elenco: Sophie Nèlisse, Geoffrey
Rush, Emily Watson, Ben Schnetzer, Nico Liersch
Ano: 2013/
Nacionalidade: EUA, Alemanha
A menina que roubava livros é sem dúvida um dos meus
livros preferidos. Já li mais de uma vez e sempre me emociono com a história.
Por isso, não é difícil imaginar a minha expectativa quando disseram que o
livro seria adaptado para o cinema.
De um modo geral, o filme, que chegou ao Brasil em
janeiro de 2014, não me decepcionou. Como qualquer adaptação, muitas partes do
livro foram deixadas de fora, mas, na medida do possível, a história foi
preservada.
A trama se passa na Alemanha durante a Segunda Guerra
Mundial e gira em torno da menina Liesel Meminger. Ela é levada, junto com o
irmão mais novo, para viver com uma família adotiva, pois não podia mais viver
com sua mãe, que era comunista. Na viagem para a casa da nova família, o irmão
de Liesel morre e, durante o enterro, a menina tem a atenção despertada pelo
livro do coveiro. Ela acaba roubando o livro por impulso, o que dá início ao
fascínio dela por livros.
Os pais adotivos de Liesel, Hans e Rosa Hubermann, são
pobres e aceitam receber a menina na casa deles para receber uma pensão. Os
dois não poderiam ter um temperamento mais diferente um do outro: enquanto Hans é um músico
sensível e sempre gentil, Rosa é uma mulher prática e, frequentemente, muito
severa. Inicialmente, Liesel se sente assustada com a mudança para uma nova
casa com pessoas que ela não conhecia, mas acaba se sentindo mais à vontade, com
a ajuda e o carinho de Hans. Com a ajuda do pai adotivo, a menina aprende a ler
e se apaixona cada vez mais pelo mundo da literatura.
Confesso que tinha muito receio que a atriz escolhida
para viver Liesel não correspondesse ao que eu imaginei ao ler o livro. Mas
estava enganada. A jovem Sophie Nèlisse ficou absolutamente perfeita no papel.
Desde os trailers já deu para perceber que ela conseguiu captar toda a essência
da personagem descrita no livro (impressão que foi confirmada no filme).
O restante do elenco também se saiu muito bem. Apesar
de, inicialmente, Geoffrey Rush não ser bem como eu imaginava Hans Hubermann,
ele acabou me conquistando ao longo do filme, proporcionando algumas das mais cenas
mais comoventes do longa. Emily Watson ficou impecável como Rosa, transmitindo
com competência as nuances da personagem. Além deles, o jovem Nico Liersch confere
todo o carisma e vitalidade de Rudy Steiner, o melhor amigo de Liesel.
No entanto, o filme tem alguns problemas. Achei que a
história foi desenvolvida de uma maneira um pouco apressada, fazendo com que
algumas reflexões mais profundas presentes no livro não fossem exploradas no
filme. Além disso, senti falta de uma presença maior do narrador no longa, como é
no livro.
Em resumo, A menina que roubava livros é um bom filme,
com um elenco competente e auxiliado por uma bela trilha composta pelo grande
John Williams (o mesmo de trilhas marcantes como Star Wars, Indiana Jones
e E.T.), que foi indicada ao Oscar de melhor trilha sonora. No entanto, falta a
sensibilidade e a profundidade da obra de Markus Zusak. Por este motivo, em
breve vou fazer uma resenha especificamente sobre o livro, a fim de
compartilhar alguns aspectos que me encantaram tanto nessa história (sem
spoilers, claro).