Depois de 84 anos, voltei a postar aqui.
E, para voltar em grande estilo, tinha que vir com uma indicação muito
especial, né? Por isso, já vou começar a semana falando sobre uma das minhas
leituras mais recentes e que superou minhas expectativas.
Estou falando de King of Scars, da autora
Leigh Bardugo. Publicado recentemente no Brasil pela Planeta Minotauro, esse
livro é o primeiro de uma duologia que faz parte do Grishaverso – o universo
fantástico criado pela autora e que se iniciou com a trilogia Grisha.
Eu sou apaixonada por esse mundo Grisha e
não via a hora de retornar a ele. Ainda mais que o livro tem como protagonista
Nikolai Lantsov, meu personagem favorito desse universo. Então, vocês já podem
imaginar o quanto minhas expectativas estavam altas para essa leitura, né? E
agora vou poder contar as minhas impressões para vocês.
Importante: King of Scars
é o primeiro de uma duologia, porém, ele está inserido no Grishaverso.
Portanto, para compreender completamente a história é fundamental ter lido antes
a trilogia Grisha (Sombra e Ossos, Sol e Tormenta, e Ruína e Ascensão) e a
duologia Six of Crows.
Autora:
Leigh Bardugo
Tradução: Isadora Prospero
Editora:
Planeta Minotauro
Páginas:
464
Exemplar
recebido de parceria com a editora
Onde
comprar: Amazon
Sinopse: Ele fará de tudo para salvar seu país – e sua alma. Mas alguns segredos não podem ser escondidos, e algumas feridas são impossíveis de cicatrizar.
Nikolai Lantsov, o deslumbrante rei de Ravka, sempre teve o dom de fazer coisas impossíveis. Ninguém sabe exatamente o que aconteceu com ele durante a guerra civil, antes que ele subisse ao trono – e o próprio rei prefere que continue assim.
Agora, inimigos se aproximam por todos os lados, e Nikolai precisa encontrar uma maneira de encher os cofres de Ravka, forjar novas alianças e proteger o exército Grisha de ameaças. Porém, a magia sombria que se esconde dentro dele parece cada dia mais forte, ameaçando destruir tudo o que ele fez e vem fazendo por seu povo.
Acompanhado de um jovem monge e de Zoya Nazyalensky, Nikolai viajará para os cantos mais longínquos de Ravka, onde a magia profunda ainda existe, em busca da cura para o terrível mal que está dentro dele.
Ambientado três anos depois da trilogia
Grisha e um ano após os eventos de Crooked Kingdom, King of Scars traz Nikolai
Lantsov ainda lutando para reconstruir Ravka e se estabelecer no trono. Porém,
nada será fácil para ele. Além de uma grave crise financeira, ainda há muita
instabilidade política no país e o direito de Nikolai ao trono é contestado por
alguns grupos.
Mas, além das questões políticas, Nikolai
precisa lidar com as marcas físicas e emocionais deixadas pela guerra.
Resquícios da magia sombria do Darkling ainda residem no corpo dele – um
monstro que se fortalecido dentro dele e ameaça destruir tudo pelo que Nikolai
lutou.
Para encontrar uma solução e salvar seu
país, ele contará com o apoio de Zoya Nazyalensky. A poderosa Grisha não está
disposta a deixar seu país e seu rei à mercê daquele poder sombrio novamente.
Assim, ela e Nikolai partem em uma missão perigosa, na esperança de encontrar
uma cura para o monstro que está escondido nele.
Desde que terminei King of Scars venho
pensando em como explicar a montanha-russa de emoções que essa leitura me
trouxe. Para começar, não posso deixar de falar sobre a nostalgia que senti
logo nas primeiras páginas. Como foi bom poder voltar a Ravka e rever
personagens tão queridos por mim. Confesso que senti falta desse lado cheio de
magia e conflitos políticos do universo quando li a duologia Six of Crows.
Então, amei poder me reconectar com essa parte do Grishaverso.
Além disso, é evidente o quanto a escrita
da Leigh Bardugo evoluiu desde a trilogia Grisha. Aqui, ela consegue trazer uma
trama mais encorpada, com conflitos bem construídos, diálogos intensos e um ritmo
dinâmico, que torna a leitura viciante. E dois pontos se destacaram muito para
mim: o fato de ela conseguir trabalhar muito melhor as questões políticas e a
situação fragilizada de Ravka (apesar de eu torcer para que isso ganhe ainda
mais espaço no próximo livro); e o excelente desenvolvimento dos personagens.
E isso me leva ao grande trunfo de King of
Scars: Nikolai Lantsov e Zoya Nazyalensky. Os dois são personagens imperfeitos,
que cometeram muitos erros e carregam muitos traumas, mas que por isso mesmo
são extremamente carismáticos. Ambos possuem tantas camadas e são tão
complexos, que foi maravilhoso ver como a autora foi explorando cada nuance da
personalidade deles e fazendo com que os dois se tornassem mais interessantes a
cada página.
E se não ficou claro até aqui, é óbvio que
eu já estou na torcida por um romance. As trocas de farpas no melhor estilo
enemies to lovers e, ao mesmo tempo, o nível de compreensão que existe entre o
Nikolai e a Zoya fazem com que seja impossível não torcer para eles. Que casal
sensacional!
Mas, não se preocupem, o romance não tira
o foco nessa história. Ele surge apenas como uma insinuação, vislumbres dos
sentimentos dos personagens (o famoso slow burn). O centro da história é mesmo
a busca de Nikolai por se livrar do poder sombrio que habita dentro dele e os
conflitos políticos de Ravka. Assim, temos uma trama repleta de intrigas,
segredos e muita ação.
Porém, há ainda um outro arco dentro do
livro que se desenvolve em paralelo ao arco do Nikolai e da Zoya. Estou falando
da Nina, que aqui aparece em uma missão de Ravka infiltrada em Fjerda. Enviada
pelo rei Nilolai, ela deve encontrar grishas que são perseguidos pelos
fjerdanos e levá-los em segurança para Ravka. Porém, ela vai descobrir que os
país esconde horrores muito maiores do que supunha e vai precisar fazer muito
mais do que planejava, se quiser realmente ajudar o seu povo.
Confesso que essa parte da Nina me deixou
com um misto de sentimentos, a maioria negativos. Por um lado, gostei de ver
como o luto da personagem foi trabalhado no início e cheguei a me emocionar em
alguns momentos. Porém, depois essa questão foi esquecida muito rapidamente e a
personagem seguiu por um caminho que poderia até ter sido interessante se não
fosse tão apressado e mal desenvolvido. Acredito que, para que esse arco
funcionasse, seria necessário um livro separado para a Nina, onde os
sentimentos dela poderiam ter sido melhor trabalhados e houvesse um
desenvolvimento melhor dos personagens que ela encontra no caminho.
Assim, o arco da Nina foi bastante
prejudicado pela superficialidade com que os sentimentos dela foram trabalhados
e pela falta de carisma dos personagens que estavam com ela. Além disso, a
diferença de tom entre o arco dela e o do Nikolai/Zoya foi muito perceptível.
Enquanto o resto do livro era grandioso, cheio de intrigas políticas e uma
grande ameaça sombria, Nina se vê envolvida em pequenas aventuras muito
parecidas com Six of Crows, mas sem ter ao seu lado personagens no nível de
Kaz, Inej e Jesper. Foi um arco fraco e que, apesar de repleto de cenas de
ação, foi entediante e quebrou muito o ritmo da trama.
Felizmente, acompanhar os acontecimentos
de Ravka e a missão do Nikolai e da Zoya foi interessante o suficiente para que
eu conseguisse passar pelos capítulos da Nina sem que meu envolvimento com a
leitura fosse perdido. Pelo contrário, apesar de ter detestado os capítulos
dela, gostei tanto de todo o resto do livro que ele acabou se tornando o meu
favorito do Grishaverso e me deixou ansiosa para ler o próximo.
De um modo geral, King of Scars entregou
tudo que eu esperava e muito mais. Ele me trouxe a nostalgia de voltar à Ravka,
mas com uma trama muito mais sólida, personagens mais complexos e conflitos
mais interessantes. Foi uma leitura que me lembrou o motivo de ter me encantado
com o universo que a Leigh Bardugo criou e me deixou ansiosa por mais. E que
venha Rule of Wolves!
E vocês, já conheciam King of Scars? Já
leram algum livro do Grishaverso? Me contem aí nos comentários.
Para quem quiser conhecer mais sobre o Grishaverso, saiu um post especial sobre ele no instagram. Confiram aqui.
Oi, tudo bem? Os leitores bem ansiosos por esse lançamento. Ainda mais depois da estreia da série na Netflix. A autora foi bem elogiada e muitas expectativas criadas sobre essa continuação. Minha amiga leu e simplesmente ficou encantada com a história e já está contando os dias para a sequência. Pelas suas palavras consegui compreender um pouco sobre a história e porque é tão envolvente. Sem contar que essa edição da Minotauro está lindíssima. Um abraço, Érika =^.^=
ResponderExcluirOlá, tudo bom?
ResponderExcluirEu nunca li nada dessa autora, acredita? No entanto, confesso que sempre surge uma curiosidade muito grande quando leio a opinião dos fãs sobre esse universo criado por ela.
Curti saber que você gostou desse livro e ele entregou tudo o que estava esperando, mesmo com esse arco um pouco superficial da personagem Nina. Espero que os próximos volumes continuem te agradando e que sejam ainda melhores que este!
Beijos!